Entre o recesso e o fim

Sobremusica dá um tempo e volta… (?)

25 fev 2010 CategoriaElucubrações

Já tem um tempo que o site aqui anda abandonado. É uma dor pra nós dois. Portanto, antes que esse sentimento vire indiferença, aqui vai o anúncio. Estamos dando um tempo. Férias consensuais, uma respirada para projetos paralelos, podem chamar do que for. Garantido, só que não vamos voltar só pra uma turnê milionária. Se bem que se aparecer um patrocinador… Alguém se habilita?

Há mais de quatro anos, quando o site começou, os blogs já eram uma realidade, tinham sido capa de revistonas, e tudo o mais. Ainda assim, rola um sentimento de ter vivido uma curva ascendente da parada.Você ainda não conhecia o YouTube. Hoje, quando o assunto virou ’morte da blogosfera’, a gente entende onde se quer chegar com esse título, mas pra variar, discorda um pouco dele. Twitter é maneiríssimo, que o buzz dê certo, que quem for de facebook se dê é bem com ele, mas blog é um espaço nobre, livre, sem restrições de assunto/tamanho/forma/noção. Não vai acabar. Escrever um blog sempre nos exigiu muito mais do que 140 caracteres. O ideal seria saber combinar os fatores: um blog que converse com um twitter com um… Mas pra gente, sempre foram coisas diferentes.

Enfim, não somos o ideal, mas sempre fomos o ideal pra nós. Nossas atribuladas vidas dispersaram a atenção e o foco. Não que antes ele não fosse até meio distraído, mas agora tava difícil. Faltava o estímulo, a sede de novidade. A gana de sentar e escrever pra caralho, até achar que tá esgotado o assunto (vã expectativa). O sobremusica nunca foi uma obrigação, e nunca foi um lugar pra marcar um nome Bernardo ou Bruno no espaço. Era a experimentação de quem estava inquieto. A pelada dos amantes de música, onde o achismo e o vôo do ego eram a única regra. Era um site pra ser feito do nosso jeito – ou melhor dizendo, do jeito do Bernardo e do jeito do Bruno ao mesmo tempo. O que dava uns choques de vez em quando, pra nem um nem outro dormirem no teclado.

No princípio, havia mangue na mente. Vieram os encontros, Nélsão Meirelles e a ponte do reggae pro Bidu nos conduzir aos Paralamas via mestre Raul Mourão. Uma parceria Chappa Quente, que abriu tantas outras portas e mesas de bar. Enquanto isso, a Amy pirou, a MTV capitulou, a batalha rimou, a Lapa deu $amba, o Do Amor falou sem parar, o Aleatório foi pra tocar no rádio, ouvimos os filmes com atenção, o Guru reclamou, o Brasil decolou, o Timfa brigou, a tequila entornou, o globo terrestre girou em Nova Orleans, Roskilde (duas vezes), Recife (tantas outras!) São Paulo, Holanda, Nova Iorque, Alemanha, Buenos Aires, Curitiba. Sérgio Porto, Armazém, Marina, Circo, Canecão, as casas da Barra, Teatro Rival, Casa da Gávea e outros clubes, em outras tantas esquinas, gravadoras, tvs ou telefônicas.  Berna e Kassin a gente ficou devendo, é verdade.

Portanto, o sobremusica acabou?

Bernardo: Acho que não.
Bruno: Acompanho o relator.

Assim sendo, nós achamos que só tá fechado pra balanço. Não que acabar seja ruim, todo fim tem significados que servem pra movimentar as coisas, mexer, balançar, dançar, pular, vibrar. É atrás disso que estamos agora. Não necessariamente de um fim, mas de algo que venha depois. Se vai ser uma fase 2 ou um recomeço, vamos ver. Sugestões?

Vamos voltar de uma forma (e em uma hora) que ainda está pra ser decidida. Pode ser outro recorte, outro nome (sobremusas?) ou até tudo igual, só um Bernardo e um Bruno diferentes. Vamos ver qual é. Enquanto isso, aquele clima Programa Livre das nossas tardes de SBT (aliás, programa livre é um nome sugestivo numa hora dessas). Sobremusica dá um tempo e volta… já. Já?

Promoção Vale Open Air

Vale um cineminha com Casuarina…

26 nov 2009 CategoriaIndústria & Tecnologia

…para quem mandar um email para promocao@sobremusica.com.br . O Open Air recomeça no Rio de Janeiro, este ano patrocinado (e batizado) com o nome da mineradora Vale e vamos sortear um par de ingressos para amanhã, dia 27/11, para quem mandar um email dizendo qual outro dia do Vale Open Air mereceria uma promoção como essa aqui no SOBREMUSICA. O vencedor assistirá à primeira animação de Wes Anderson, “O fantástico sr. Raposo”, e ao show que deu origem ao DVD MTV Apresenta dos nossos antigos parceiros do Casuarina. A programação completa do Vale Open Air para você escolher que outro ingresso quer concorrer no SOBREMUSICA tá aqui. O resultado sai aqui no site amanhã de manhã, na seção PLANTÃO, ali à direita.

Este ano, as opções de filmes oferecidos está entre as melhores que o evento já ofereceu. A parte musical não arrisca muito e segue na linha de trazer alguns nomes hypados e festas que estejam se dando bem na noite carioca.

O mais interessante deste evento é o mix de música e cinema se complementando, num mashup de mídias. É a transposição para o universo material de uma tendência que já se vê no mundo digital, com a tão propalada convergência de mídias e, mais do que isso, a interatividade de uma sobre a outra nessa era de “aplicativos”.

A sobrevivência do modelo tradicional de festivais, cuja receita era baseada meramente em juntar uma pá de grandes artistas sobre um palco legal, com um som bom, tem dias contados - se é que ainda se pode falar que eles existam. Até porque qualquer receita baseada “grandes artistas” tende a fracassar pelo simples fato de que eles não existem mais, pelo menos no sentido “mercadológico” da coisa. Há alguns anos observa-se que o atrativo principal são as possibilidades de oferecer outros atrativos, espaços, propostas complementares. Não é a toa que um dos comentários mais lidos a favor do Planeta Terra foi o fato de ele ter acontecido no PlayCenter.

O Open Air achou seu filão e deve ser bacana esse ano de novo. Ainda mais se não chover tanto como foi ano passado. Mas esse verão vem forte e promete!

Memória SM: Um dia fiz quatro perguntas pro cara…

Arto Lindsay toca no Rio

26 nov 2009 CategoriaElucubrações

Hoje tem, dentro do projeto Multiplicidade, uma das raras apresentações que Arto Lindsay faz. Quando soube dela, lembrei de uma outra que presenciei na pequena Casa da Gávea uns três anos atrás. No final, meio impressionado e sem saber se tinha entendido qual era da parada, levei um papo meio surreal com o cara e até hoje lembro daquele post e do “silêncio distorcido”. Boa lembrança…

Shows: Gogol Bordello e Super Furry Animals no Festival Indie Rock

A Noite Dos Ciganos

17 nov 2009 CategoriaHome Destaque, Resenhas

Gogol Bordello no Indie Rock

      O que são os ciganos, se não um povo que se desloca sempre à procura da nova aventura, vizinhança, da próxima conversa. Um povo com uma forte cultura, facilmente identificável, mas igualmente interligado a mouros, andaluzes, húngaros, eslavos e até portugueses. E o que é o mundo, hoje, se não uma constante troca de lugares e viagens e conexões e influências que se somam e confundem até que alguém preste atenção e tcharam, do choque brote a novidade?
      O bis do Gogol Bordello talvez tenha sido a hora em que mais explícito ficou o papo cabeça aí do primeiro parágrafo, mas não foi onde o argumento foi mais forte. Uma noite que pula do País de Gales e toda a britanicidade torta do povo da última princesa paparazzi para uma Nova Iorque balcânica que poga tarantella e flamenco no mesmo andamento tem um tanto a contar sobre o estado das coisas, ainda mais na ponte Europa-Nova Iorque. E cada vez mais, Rio.
      Para quem não pegou, ou não agüentou ficar até o fim, lá pras quatro da manhã em uma sexta – eu que nunca fui disso cogitei desistir – o bis foi quase uma playlist do que deve estar rodando os iPods do Gogol. Uma ode bêbada à inspiração do álcool, primeiro no violão percussivo de Eugene Hultz, depois com a companhia de acordeon e violino. Depois, uma mistureba louca de Frevo Mulher (isso, Zé Ramalho) e Pagode Russo (Gonzagão) com uma cigana famiglia chamada ao palco. Mais bem intencionada do que executada. Um Mala Vida clássico da inspiração punk-bagunceira Mano Negra, como quem pega o anel de bamba de quem já não dita como um dia ditou. E uma Indestructible esticada (e pulada) ao limite da exaustão, em sinal sincero de que a festa não era pra terminar nunca.
      Mas, retomando, o correr do show é que mostra o quanto uma formação com etíopes, russos, equatorianos e israelenses – fora um ucraniano cigano - pode reunir no punk um panorama de uma Europa central que começa na Itália e só vai terminar em pleno Oriente Médio, em bailes de casamentos judaicos. É um som, como muitos novos, que apesar de festeiro demanda tempo para ser compreendido. Pode parecer parecido e repetitivo, à primeira ouvida, ainda mais se for com o tradicional embaralhamento sonoro da Fundição, que deu alô mais uma vez. Mas um som que fala do que está ao redor, embora na correria nem dê pra ver. A mudança.

Gogol Bordello no Indie Rock Gogol Bordello, na Fundição, 13/11/09 Gogol Bordello no Indie Rock Gogol Bordello no Indie Rock Gogol Bordello no Indie Rock

Super Furry Animals no Indie Rock
      A banda de Gruff Rhys, o Super Furry Animals, também enfrentou a mistureba de graves, médios e agudos com força, e fez um show que começou fácil e foi abraçando quem acompanhava. Se são mais sutis, muito mais sutis do que o Gogol – tanto quanto uns galeses podem ser em relação a uns babélicos aciganados – são igualmente passeadores do mundo. Embora a performance não tenha tido a mesma sensação da de anos atrás no Fridja (eu não fui), deu muito resultado a brincadeira de levantar cartazes, entre eles um de McCarthy, tecladista do Franz Ferdinand.
      Os efeitos que Rhyss solta na voz ou simplesmente soltos na música também jogam para viagens (movimentações, trânsito, trafegadas, linkagens) que ao se chocarem com uma expectativa aqui ou uma vivência ali tendem a inspirar, a fazer sorrir, a entreter. Mudanças, que talvez na correria nem dê pra ver. E que iriam bem com projeções, mas aí eu já to me metendo no trabalho deles.
Super Furry Animals no Indie RockSuper Furry Animals no Indie Rock Super Furry Animals no Indie Rock Super Furry Animals no Indie Rock

      Ou seja, de Gogol a Animals, a noite foi agitada do tipo que revela mais do que está lá para ver e ouvir. Parece que a década se encaminha pro final ameaçando se aquietar, tem gente achando que o novo ficou lá por 2007, mas um palpite me diz que é hora de consolidação, e que menos primeiros discos bonzões pode ser algo positivo se vierem mesmo os terceiros e quartos discos melhores do que os de estréia. É esperar pra ver (e o Strokes, a primeira banda dos anos 00, tá justamente pra lançar o quarto, é bom se ligar).

Ao Vivo: Blind Date com Raul Mourão e Leo Domingues no Casa Grande

Histórias de Apagão

16 nov 2009 CategoriaSOBREMUSICA TV, Sem categoria


      O vídeo não dá muito a dimensão do que foi na hora, mas não ouvi história melhor do que essa até agora. Se a ansiedade bater, pode correr até os dois minutos.


ENTREVISTAS & MATÉRIAS
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Entrevista: Santiago Barrionuevo

Conversa com o vocalista do El Mató A Un Policia Motorizado (ARG)


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Entrevista: Roberto Berliner

Costurando pra fora 1


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ELOCUBRAÇÕES
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Entre o gueto e os grandes palcos

Casuarina :: Turnê é a oportunidade de ir além da Lapa


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Reflexões porteñas 2

Sobre rompimentos estéticos, tragédias, tangos, Dapieve e Fito Paez


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RESENHAS
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A Noite Dos Ciganos

Shows: Gogol Bordello e Super Furry Animals no Festival Indie Rock


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Naná e a Tecnologia

Show: Blind Date, mais Raul Mourão e Leo Domingues no Casa Grande


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INDÚSTRIA & TECNOLOGIA
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Momo Vai a América

Turnê tem 24 datas fechadas nos EUA


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Um novo modelo de plano de marketing

Coldplay lança álbum ao vivo de graça na web


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Bruno Maia e Bernardo Mortimer


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