Já tem um tempo que o site aqui anda abandonado. É uma dor pra nós dois. Portanto, antes que esse sentimento vire indiferença, aqui vai o anúncio. Estamos dando um tempo. Férias consensuais, uma respirada para projetos paralelos, podem chamar do que for. Garantido, só que não vamos voltar só pra uma turnê milionária. Se bem que se aparecer um patrocinador… Alguém se habilita?

Há mais de quatro anos, quando o site começou, os blogs já eram uma realidade, tinham sido capa de revistonas, e tudo o mais. Ainda assim, rola um sentimento de ter vivido uma curva ascendente da parada.Você ainda não conhecia o YouTube. Hoje, quando o assunto virou ’morte da blogosfera’, a gente entende onde se quer chegar com esse título, mas pra variar, discorda um pouco dele. Twitter é maneiríssimo, que o buzz dê certo, que quem for de facebook se dê é bem com ele, mas blog é um espaço nobre, livre, sem restrições de assunto/tamanho/forma/noção. Não vai acabar. Escrever um blog sempre nos exigiu muito mais do que 140 caracteres. O ideal seria saber combinar os fatores: um blog que converse com um twitter com um… Mas pra gente, sempre foram coisas diferentes.

Enfim, não somos o ideal, mas sempre fomos o ideal pra nós. Nossas atribuladas vidas dispersaram a atenção e o foco. Não que antes ele não fosse até meio distraído, mas agora tava difícil. Faltava o estímulo, a sede de novidade. A gana de sentar e escrever pra caralho, até achar que tá esgotado o assunto (vã expectativa). O sobremusica nunca foi uma obrigação, e nunca foi um lugar pra marcar um nome Bernardo ou Bruno no espaço. Era a experimentação de quem estava inquieto. A pelada dos amantes de música, onde o achismo e o vôo do ego eram a única regra. Era um site pra ser feito do nosso jeito – ou melhor dizendo, do jeito do Bernardo e do jeito do Bruno ao mesmo tempo. O que dava uns choques de vez em quando, pra nem um nem outro dormirem no teclado.

No princípio, havia mangue na mente. Vieram os encontros, Nélsão Meirelles e a ponte do reggae pro Bidu nos conduzir aos Paralamas via mestre Raul Mourão. Uma parceria Chappa Quente, que abriu tantas outras portas e mesas de bar. Enquanto isso, a Amy pirou, a MTV capitulou, a batalha rimou, a Lapa deu $amba, o Do Amor falou sem parar, o Aleatório foi pra tocar no rádio, ouvimos os filmes com atenção, o Guru reclamou, o Brasil decolou, o Timfa brigou, a tequila entornou, o globo terrestre girou em Nova Orleans, Roskilde (duas vezes), Recife (tantas outras!) São Paulo, Holanda, Nova Iorque, Alemanha, Buenos Aires, Curitiba. Sérgio Porto, Armazém, Marina, Circo, Canecão, as casas da Barra, Teatro Rival, Casa da Gávea e outros clubes, em outras tantas esquinas, gravadoras, tvs ou telefônicas.  Berna e Kassin a gente ficou devendo, é verdade.

Portanto, o sobremusica acabou?

Bernardo: Acho que não.
Bruno: Acompanho o relator.

Assim sendo, nós achamos que só tá fechado pra balanço. Não que acabar seja ruim, todo fim tem significados que servem pra movimentar as coisas, mexer, balançar, dançar, pular, vibrar. É atrás disso que estamos agora. Não necessariamente de um fim, mas de algo que venha depois. Se vai ser uma fase 2 ou um recomeço, vamos ver. Sugestões?

Vamos voltar de uma forma (e em uma hora) que ainda está pra ser decidida. Pode ser outro recorte, outro nome (sobremusas?) ou até tudo igual, só um Bernardo e um Bruno diferentes. Vamos ver qual é. Enquanto isso, aquele clima Programa Livre das nossas tardes de SBT (aliás, programa livre é um nome sugestivo numa hora dessas). Sobremusica dá um tempo e volta… já. Já?