É falar em mexer no bloco de rua e já vem alguém gritar que não é por aí, que Rio não é Bahia, que viva a espontaneidade. Bom sinal. Foi tocar no assunto aqui e pingaram comentários no site, e muitos mais no gtalk, na rua, no bar.
      Como em toda boa discussão, os argumentos se misturam. Minha opinião: cidade lotada, calor, engarrafamento e ressaca no dia seguinte é inevitável, tem que aguentar. Mijões, dá pra diminuir muito se oferecer opção e acabar com a naturalidade de fazer na rua. O jardim do MAM vandalizado no dia do Monobloco e a tradicional quantidade de carteiras/celulares roubados no Simpatia bem que deviam ser evitados.
      Botar os grandes blocos para serem responsáveis pelos banheiros químicos, seja diretamente ou por correrem atrás de patrocínio, é uma forma de botar o centro da festa no lado dos que não gostam da falta de educação. É preciso que a polícia/guarda municipal faça o trabalho de atuar nos flagrantes, e tal, mas muito mais importante é criar mecanismos de constranger o cara (a cara) que tá a fim de ir pra fora da bacia. Não vejo isso se resolvendo de um carnaval pro outro, mas aquele papo de que o primeiro passo é sempre o mais importante funciona aqui. O cheiro de mijo não fica só depois do bloco, mas dias depois.
      Quanto a ir ao Centro, é fundamental um mínimo de plano urbano (queria achar outro termo pra não soar tão técnico, mas a palavra é essa mesmo) para determinar que tamanho de bloco cabe na orla, em uma rua central de bairro, ou só mesmo no Centro. Por o Monobloco no mesmo saco que o Simpatia e que o Suvaco é uma generalização que eu mesmo cometi e que joga contra. Um deve ter mais ou menos o dobro do tamanho do outro. Agora, é importante que a cidade saiba quantos foliões vão atrás de cada bloco para estar preparada para ele. 400 mil na rua atrás de um bloco com disco gravado e temporadas de shows no Rio e Brasil afora só fica espontâneo se tiver alguém pensando antes.
      Sobre a área vip no bloco, ou o cordão para os uniformizados, eu acho que o espírito carioca trata de não deixar isso se proliferar (e quem tiver que dar autorização pode também vetar quem quiser fazer isso). Só pra lembrar, o tradicional Bola Preta saiu este ano com um reservado para a galera que se dispôs a tirar do bolso. Não sei qual foi o resultado disso.
      Como o assunto andou rendendo por aí, separei uns trechinhos de sites amigos pra dar um gostinho da discussão. Todos merecem uma visita e uma leitura mais atenta in loco.

- Raul Mourão
Então na base da ficção de botequim imaginamos o decreto número 1 do novo Secretário deslocando os desfiles dos grandes blocos para a Av Rio Branco de sábado a terça, 3 por dia as 8h, 13h e 18h. 12 blocos ao longo dos quatro dias, todos saindo da Candelária e dispersando na Cinelândia. Bares, restaurantes e banheiros nas ruas transversais.

- Caetano Veloso
Daniela Mercury há anos não aluga seu trio a blocos: sai sem corda. Não é a única. Brown também. E há vários trios financiados pela prefeitura que saem sem corda. Feitas as contas, não houve piora, talvez tenha havido melhora na configuração topográfica do carnaval da Bahia.

- Chacal
“todo bloco, devia ter só três anos de validade. depois muda o nome e o dia”. identidade em bloco é fundamental. mas enfim, deixa pra lá.

- Pedro Seiler
Apesar do empenho da prefeitura em ordenar o carnaval da cidade, faltam MUITOs banheiros quimicos, no bola preta eles eram quse insignificantes e na lapa a rua mém de sá não estar fechada parecia piada.

- Lucas Santtana
Mas esse papo de vamos “organizar” o carnaval do Rio porque está cheio demais, francamente, é papo de classe média que tem medinho do empurra empurra e do roça roça e gosta mesmo é de ar condicionado.

      Uma coisa, pra mim, é fato: viva o roça roça, ora essa.